Demência Frontotemporal
Entenda o que é Demência Frontotemporal, Quais os Cuidados e Tratamento.

Demência Frontotemporal

Entenda o que é Demência Frontotemporal, Quais os Cuidados e Tratamento.

Demências Frontotemporais A demência frontotemporal é uma doença que abrange de 5% a 10% dos casos de síndromes demenciais. Saiba como reconhecer os sintomas. Em medicina, o termo demência tem significado bem diferente daquele entendido pelos leigos, que confundem demência com loucura. Sob o ponto de vista médico, as demências compreendem um número grande de enfermidades incuráveis que apresentam certas características comuns entre si, mas com peculiaridades distintas umas das outras. Provas disso são a doença de Alzheimer, a demência vascular e dos corpúsculos de Lewy, as doenças de Pick, de Huntigton e de Creutzfeldt-Jakob e a demência frontotemporal (DFT), quase todas com etiologia e tratamento específicos. A demência frontotemporal, em particular, é uma doença de início enganador e progressão lenta. Geralmente acomete pessoas acima de 50 anos, mais prevalente nas mulheres do que nos homens, inicia-se a partir dos 50 anos, e o tempo de evolução da doença pode oscilar de dois a vinte anos, contados a partir da manifestação de mudança da personalidade. Os sintomas, muitas vezes, não são valorizados pela família. O primeiro sinal, geralmente, é uma crise de depressão tardia, seguida de distúrbios comportamentais, tais como desinibição, negligência com os cuidados pessoais e de higiene, desatenção, agressividade, além de distúrbios cognitivos (comprometimento da memória), rigidez mental, hiperoralidade, labilidade emocional e alterações da fala. Como o número de idosos aumenta na maioria dos países, inclusive no Brasil, a demência frontotemporal está se tornando mais frequente. O diagnóstico é predominantemente clínico e leva em conta as alterações de comportamento e personalidade do idoso. Assim como a doença de Alzheimer e as demências vasculares, a DFT é uma enfermidade frequente e importante, mas seus sintomas podem passar despercebidos. O sinal marcante da doença é a mudança de comportamento no que se refere à resolução de problemas do dia a dia com tendência à impulsividade, o que chama a atenção da família devido à grande dificuldade que a pessoa mais velha demonstra diante de situações já vivenciadas e as formas incoerentes de solução que encontra, muitas vezes, na base da força. Como exemplo, pessoas que dirigem há muitos anos, começam a bater o carro com frequência, ou não conseguem estacionar o carro numa vaga se atrapalhando até para sair da garagem de casa. Ficam desatentos e se descuidam de observar os sinais de trânsito e os semáforos, que são alterações atencionais. As alterações comportamentais podem ser observadas com mudança de hábitos norteados por padrões morais diferentes: mudança de religião, surgimento de tabagismo ou alcoolismo tardios. A questão principal é a dificuldade para a realização ou execução de tarefas, chamadas de disfunção executiva. Outra alteração importante é a mudança da tolerância à angústia e a problemas comuns, causando isolamento social nos casos mais graves. Os sinais clássicos de frontalização são: desinibição, hiper-oralidade e impulsividade, que podem caracterizar-se a partir da mudança de personalidade observada pelos familiares. Por exemplo: mudança do foco da atenção ou interesses, irritabilidade e perda da inibição no controle social. Declínio da crítica sobre determinadas regras, além de oscilações de humor. As reações de alegria ou tristeza passam a ser notadamente desproporcionais ao estímulo. Por exemplo, a pessoa fica extremamente triste ao assistir a um filme ou ao tomar conhecimento de uma notícia qualquer que ninguém ao redor atribui o mesmo peso. Nos casos mais graves, a síndrome frontotemporal promove perturbações que afetam a convivência ética do paciente no funcionamento social. Nos casos moderados, merece destaque o desleixo e a negligência com os cuidados pessoais e a perda de contato com os limites estabelecidos: falta de higiene, descuido da aparência, desleixo ou despreocupação ambiental. Comportamentos bizarros podem ocorrer nos caso mais graves como erotização e desinibição sexual, uso de palavras de baixo calão e perda do pudor. Idosos que vivem sozinhos são frequentemente vistos como autossuficientes mesmo apresentando os sintomas de depressão, faz tratamento e evolui com um comportamento um pouco estranho, age de forma inusitada, está mais irritada, distraída e desatenta e não é raro as pessoas próximas deixarem de lhes atribuir à devida importância. Exemplo clássico disso são os idosos que apresentam a chamada síndrome de Diógenes, muito comum na síndrome de espectro frontotemporal, que leva o indivíduo ao isolamento, ao acumulismo, especialmente em função de um comportamento esquivo e irritável ao contato social e à negligência da higiene, em especial os cuidados pessoais e com animais. Pode haver excesso de animais com risco à saúde pública, pois há uma total negligência tanto na percepção da capacidade de tê-los, como na execução da tarefa de cuidar deles. Casos de idosas acumuladoras de animais são frequentes e causam grande comoção pelos maus tratos em decorrência da perda da percepção da inadequação. A esta inadequação e à falta de autopercepção ou insight chamamos de anosognosia, que nada mais é do que a própria demência. Em resumo, o comportamento negligente, impulsivo, o humor irritável associados à incapacidade de realização das tarefas por negligência compõem o diagnóstico de depressão nesses sujeitos. Diagnóstico das demências frontotemporais De acordo com Sergio Hototian em entrevista com Drauzio Varella: “A descrição clássica desse subtipo de demência foi feita por Arnold Pick, em 1892, tendo como referência indivíduos que desenvolveram uma série de alterações cognitivas e comportamentais declinantes por disfunção executiva grave e fatal associadas à degeneração do lobo frontal nos achados de necropsia. Recentemente psiquiatras, neurologistas e cientistas vem indicando exames de neuroimagem funcional que mostram, com alta eficácia e acurácia, padrões de baixa captação de marcadores nos lobos frontais e temporais nas DFTs. O diagnóstico clínico é realizado de acordo com os Critérios de Lund e Manchester, estabelecidos em 1994, acrescidos dos exames de neuroimagem funcional. São demências que se apresentam através de declínio progressivo da atenção especialmente afetando a tomada de decisão com perda da independência, do ponto de vista cognitivo. O diagnóstico inicia-se pela história clínica de declínio com os componentes acima descrito acrescido do diagnóstico neuropsicológico de disfunção executiva, impulsividade e desatenção. Técnicas de neuroimagem funcional vêm sendo aprimoradas. Ã? o caso do Pet Scan cerebral para o exame do fluxo frontotemporal quanto a captação de biomarcadores específicos, tentando-se chegar ao diagnóstico quase que concomitantemente aos achados comportamentais e neuropsicológicos”. Na demência frontotemporal, o diagnóstico é basicamente clínico, porque os testes neuropsicológicos, em geral, não apresentam alterações além da perda de atenção, comum nos quadros de depressão.

DIFICULDADE DA FALA

Geralmente, aparecem distúrbios como a disartria, especificamente, a dificuldade na produção dos fonemas, principalmente na articulação das vogais, e a afasia. Os pacientes acabam perdendo a capacidade de usar as palavras para expressarse, não porque a memória tenha falhado, mas por causa da disfunção do lobo frontal. Com a evolução da doença, eles podem deixar de falar definitivamente. Outra característica da doença é a irritabilidade, que é tolerada ou confundida pela família – “Ah, ela é assim mesmo” – no início. Quando associada, porém, ao uso de álcool ou de outras substâncias de efeito desinibidor, essa irritabilidade pode levar à perda dos parâmetros sociais e gerar atitudes agressivas, aumentando o risco de o paciente envolver-se em questões de ordem médico-legal. Isso acontece porque é no lobo frontal que se processa a inibição responsável por estabelecer os limites sociais para os atos do dia a dia. Uma pessoa desinibida, com tendência à oralidade (come mais, fuma mais, bebe mais), está mais sujeita a envolverse em brigas de trânsito, brigas com vizinhos e a desentender-se por assuntos que normalmente não a afetariam. Portadores da síndrome frontotemporal tendem a ficar agitados durante as internações hospitalares, e muito agressivos quando alguém lhes impõe limites. Ficam bravos, muito mais do que seria justificável, quando lhes falam o que não querem ouvir e costumam jogar a culpa dos próprios erros nas costas dos outros. Podem chegar ao extremo de agredir o cuidador e as pessoas próximas, até fisicamente. Além disso, alguns portadores de síndrome frontotemporal grave podem desenvolver sociopatias importantes e demonstram certo sadismo diante do sofrimento alheio.

COMPROMETIMENTO CEREBRAL

Ocorre uma degeneração desproporcional ao envelhecimento. Nós perdemos neurônios desde que nascemos. Isso não quer dizer que o indivíduo idoso esteja condenado a uma vida intelectualmente pobre e comprometida. No entanto, está provado que a atrofia do lobo frontal (a alteração começa sempre por esse lobo e só depois atinge o lobo temporal) provoca uma reação exagerada aos estímulos, em especial diante dos problemas. Outra característica da doença no lobo frontal é o paciente adquirir uma força maior de decisão, mas perder a crítica, o “insight”. Esse sintoma não aparece na doença de Alzheimer. Ao contrário, pessoas com Alzheimer ficam mais frágeis. Se você lhes pergunta alguma coisa, elas se voltam para o acompanhante em busca de confirmação, porque não têm certeza de suas respostas. Já os portadores de demência frontotemporal são cheios de certeza. A intensidade da negligência com a higiene e com os cuidados pessoais pode variar de leve a grave. Leve, quando fica limitada à rotina diária da própria pessoa e não perturba quem está por perto; moderada, quando a mudança de comportamento passa a restringir as atividades do dia a dia, e grave, quando as alterações caracterizam um quadro de demência.

TRATAMENTO E EVOLUÃ?Ã?O DA DOENÃ?A

O tratamento é sintomático. Se o paciente apresentar um quadro depressivo, são indicados medicamentos antidepressivos por tempo limitado e observa-se a reação. Remédios inibidores da acetilcolinesterase prescritos para doença de Alzheimer mostraram não ser eficazes para melhorar o comportamento dos portadores da síndrome e, embora o uso da memantina tenha sido testado para melhorar a apatia, não foram encontrados resultados convincentes para sua indicação. Os neurolépticos ajudam a inibir a agressividade e a impulsividade, mas tudo deve ser feito de maneira cuidadosa, muito delicada, com bom-senso e paciência, porque esses pacientes respondem mal a doses altas de medicação e tendem a abandonar o tratamento. Trata-se de doença progressiva e grave. No início, pode haver estabilização com técnicas ambientais e comportamentais associadas ao tratamento farmacológico. Porém, além de progressiva, a doença é também incapacitante.

#CuidadosAtaides #DemenciaFrontotemporal

Fonte: Algumas informações foram retiradas do Site Drauzio Varella.

Posts Recentes

Atitudes simples para melhorar a qualidade de vida de idosos com Alzheimer
Apenas alguns cuidados diários simples já podem fazer toda a diferença na rotina de um idoso que sofre com Alzheimer

Atitudes simples para melhorar a qualidade de vida de idosos com Alzheimer

Apenas alguns cuidados diários simples já podem f...

Simone Aparecida Oliveira Santos
Simone Aparecida Oliveira Santos
Novo Tratamento Para o Alzheimer!
Novo remédio desenvolvido por farmaceutica estadunidense promete retardar o avanço do mal de Alzheimer

Novo Tratamento Para o Alzheimer!

Novo remédio desenvolvido por farmaceutica estaduniden...

Demência Frontotemporal
Entenda o que é Demência Frontotemporal, Quais os Cuidados e Tratamento.

Demência Frontotemporal

Entenda o que é Demência Frontotemporal, Quai...

Parkinson

Parkinson

Hey, o que você achou deste conteúdo? Conte nos comentários.